quarta-feira, 25 de agosto de 2021

O FRAGOR DOS "SEUS" SILÊNCIOS


Eugénio de Sá

 O FRAGOR DOS “SEUS” SILÊNCIOS

  Aqueles a quem a morte mais reclama

Porque muitos invernos já viveram,

Os que da vida a chama já perderam

E têm por incertos pão e cama;

 

Essas árvores que os ventos não vergaram

Pra confortar a prole da sua rama,

Que hoje - ao abrigo - lhes ignora o drama

E que despreza o tudo que eles fizeram;

 

São os credores maiores da sociedade

Desta que os omite e os maltrata

Votando-os à aviltante indignidade.

 

E enquanto a miséria os desbarata

E os esmaga tanta iniquidade

O abandono plos seus é que mais mata! 

Escritor português de SINTRA

Não segue as mudanças ortográficas

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